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Pandemia é tema de reflexão do Goethe-Institut

O projeto “Pensando o Amanhã” do Goethe-Institut conta com a participação da curitibana Bebeti do Amaral Gurgel

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Foto: Reprodução/Site Goethe

A escritora curitibana Bebeti do Amaral Gurgel é a intelectual brasileira que participa do projeto “Pensando o Amanhã”, do Goethe-Institut, que propõe uma reflexão sobre a sociedade e a reação à pandemia do novo coronavírus. Seu texto, assim como de outros pensadores ao redor do mundo, participa do projeto. Os trabalhos, em alemão, podem ser acessados neste link.
“(…) Em Curitiba, onde moro, a imigração italiana é forte. Começamos a ver, horrorizados, Veneza fechada, Roma fechada, sonhos fechados. O coronavírus chega na Espanha, chega nos Estados Unidos, vai descendo e chega no Brasil.
Ao contrário dos outros países, o governo brasileiro toma uma atitude negacionista. “É só uma gripezinha”, diz o presidente. E um pânico calmo começa a tomar conta do país.(…), diz Bebeti em sua crônica-depoimento, que pode ser lida, em alemão, na íntegra, AQUI. Já o texto, em português, de Bebeti pode ser acessado neste link.

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Bebeti, em isolamento social há mais de cem dias, participa do projeto do Goethe-Institut, assim como outros intelectuais, entre eles, músicos, filósofos, historiadores, poetas, que tentam, a partir da vivência de cada um, falar sobre o impacto de um vírus na sociedade contemporânea e como reaprender a viver diante da maior crise sanitária já vivida pelo planeta Terra.
Saiba mais sobre os outros depoimentos:

Treinador elíptico

A escritora tcheca Petra Hulová cita o filósofo também tcheco Václav Bělohradský para refletir sobre o momento e o que há de vir passada a pandemia. Václav definiu certa vez que uma crise deveria nos permitir a escolha entre catástrofe e alternativas. “O que estamos todos experimentando no momento é um empurrão nos limites da nossa imaginação”, acredita Petra. “Sempre nos foi dito que vivemos em um sistema que não pode ser mudado, para o qual não há alternativas. No entanto, agora vemos como a vida pode mudar radicalmente em questão de dias. Essa experiência em si é valiosa”, aponta. Para ela, a esperança está no potencial de mudança. Ela entende haver conexões entre o capitalismo, mudança climática e o covid-19, sendo o vírus a “personificação de uma natureza e uma sociedade doentes”. “O coronavírus é nosso treinador elíptico, nos ensinando a ver o mundo e a nós mesmos sob uma nova luz. Se ele não nos quebrar, vai nos fazer mais fortes”. Leia o depoimento completo AQUI.

Lidar com o luto

Ciente de que o número de mortos em alguns países da América Latina deve ficar na casa dos milhares – se não dos milhões – a filósofa mexicana Julieta Lomelí entende que o saldo final de vítimas deve causar um impacto indelével na saúde mental das populações. Fundamental para o enfrentamento da covid-19, o confinamento social também tem um preço a ser pago, não só econômico. E isso tem se refletido em seu país, onde boa parte da economia está pautada no comércio informal. “No longo prazo, a generalização da dor da perda de membros da família forçará o Estado a dedicar mais atenção e um orçamento maior a questões de saúde mental”, avalia. Neste caso, Julieta entende que o desafio imediato do México e também da América Latina será o de aprender a lidar com a morte em larga escala, superar o luto e lembrar que a recessão econômica, em algum momento, vai passar. “Uma consequência positiva será a exigência, vigilância e mobilização de cidadãos para que o Estado garanta o direito à saúde e faça da assistência médica um serviço universal e gratuito, independentemente da classe social.” Leia o depoimento completo AQUI.

Desejo insistente de viver

Vivendo no país em que o governo federal se coloca contra as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o artista soteropolitano Tiago Sant’anna vê com dificuldades fazer uma previsão do que será o mundo pós-pandemia. “Mas um fator é quase certo”, constata: “as desigualdades irão aumentar razoavelmente. As medidas para as pessoas mais pobres são limitadas. As campanhas de doação e as ações de filantropia não serão suficientes porque precisamos de políticas sociais mais profundas e efetivas – em curto e longo prazos”, lamenta. Apesar do desalento com que a realidade atual se apresenta, o artista vê que a superação a essa crise sanitária sem precedentes virá por meio de “lutas diárias, do senso comunitário que nos une e do desejo insistente de viver.” Leia o depoimento completo AQUI.

De volta à caverna

O jornalista alemão George Seesslen retorna à alegoria da caverna, de Platão, para apontar o momento atual, em que “somos dobrados novamente e, enquanto podemos esperar por um novo desdobramento, isso não é uma situação tão miserável. Mas quanto tempo dura essa espera? E que poder ganha a impaciência?”, questiona. Embora ainda veja o mundo enfrentando crises diferentes – a “matriosca” (uma crise dentro de uma crise); a “teoria da idade das trevas” (ascensão de doutrinas de salvação e redenção e teorias da conspiração; ameaça de uma ampla catástrofe ecológica; guerras civis como um estado permanente) e a própria crise do coronavírus, que une as crises entre si enquanto aparenta encobri-las – sua esperança está na libertação do sujeito que pensa criticamente. E que pode ser ele o agente provocador da mudança no mundo a partir do isolamento. Leia o depoimento completo AQUI.
 
 
 
 
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