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Companhia curitibana cria peças e performances cênicas que unem linguagem falada e Libras

Espetáculos da Companhia Fluctissonante vão além da tradução simultânea e propõem o desafio de se expressar em ambas as línguas em uma nova proposta

No Brasil, existem 10,7 milhões de pessoas com deficiência auditiva e desse total, 2,3 milhões têm deficiência severa, segundo o estudo feito pelo Instituto Locomotiva em parceria com a Semana da Acessibilidade Surda em 2019. Para incluir essa população, bem como manter a acessibilidade para ouvintes, em 2017 nasceu a Companhia Fluctissonante, idealizada pela atriz Helena de Jorge Portela.
A principal diferença das obras que a Fluctissonante propõe, das obras acessíveis da maioria das companhias de teatro, é que não se trata de tradução simultânea, mas do uso das duas línguas – Português e Libras – dentro das obras, transformando o desafio de se expressar em ambas as línguas em uma nova proposta.
Com as restrições impostas na pandemia, ao invés de espetáculos de teatro, a companhia criou, gravou e está divulgando performances cênicas, duas delas sendo lançadas agora entre março e abril, com o apoio da Lei Aldir Blanc.
Saiba mais sobre as apresentações e como assistir:
“Mulheres – Sinais de Suas Escritas” para o público adulto
Data: até o dia 2 de abril
Transmissão no Facebook e Youtube
O projeto propõe nove performances baseadas nas obras das escritoras Luci Collin, Leonarda Glück e Simone Magalhães, encenados em Português e Libras, com as atrizes Catharine Moreira, Helena de Jorge Portela, Mônica Tintore e Paula Roque. São lançados novos episódios toda segunda, quarta e sexta. Os vídeos também têm descrição informal e são acessíveis para cegos, surdos, videntes e ouvintes.

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O projeto “Mulheres: Sinais de Suas Escritas” surgiu de duas pesquisas desenvolvidas pelo grupo. Em 2017, a convite da artista e produtora Nena Inoue e da 2ª Curitiba Mostra, o grupo estreou o espetáculo \TODAS/, a partir da obra de Luci Collin. Já em 2021, o grupo estreou sua nova montagem, chamada INVISÍVEL, a partir da obra da escritora Alice Ruiz. Assim, consolida sua pesquisa relacionada à criação a partir de obras de autoras mulheres e sua transposição para o teatro acessível. Cada um dos episódios, com duração média de 5 minutos, apresenta ao público um texto diferente das autoras, numa espécie de declamação encenada nas duas línguas: o Português e a Libras.
“Conto com Libras” para o público infantil
Data: até 10 de abril
Transmissão no Facebook e Youtube
O projeto tem a direção de Nautilio Portela e conta com a interpretação das atrizes surdas Catharine Moreira e Gabriela Grigolom e da atriz ouvinte Helena de Jorge Portela.
No projeto, cada atriz interpreta uma lenda do folclore paranaense, a partir da tradução do texto de Português para Libras, feita pela intérprete de Libras Talita Sharon Simões: a Lenda da Gralha Azul (pássaro símbolo do Paraná) a Lenda das Cataratas (patrimônio natural da humanidade) e a Lenda do Monge da Lapa (cidade histórica do interior do estado do Paraná). Inicialmente criado para o teatro, a obra foi adaptada para o audiovisual, utilizando bonecos e marionetes em algumas histórias, além de animações digitais criadas pelo artista audiovisual Chico Paes, que foram projetadas no cenário.

Espetáculos musicais

A Companhia Fluctissonante também lançou em janeiro de 2021 os shows on-line “Músicas para ver e ouvir”, voltado ao público adulto. No trabalho, já disponível no Youtube, Helena de Jorge Portela e o músico Chico Paes apresentam um show onde Helena faz transposição de músicas originais do artista para a poesia em Libras.
O show tem como ponto de partida as composições autorais de Chico Paes. As canções valorizam música populares, principalmente o samba, e revelam a originalidade de Chico, que já teve faixas gravadas por nomes como Nelson Sargento e Letícia Sabatella. Além dos shows on-line, a dupla também produziu um minidocumentário sobre o processo, com acessibilidade em Libras, também disponível no Youtube.
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